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Mineradoras vão investir US$ 74 bi na África ocidental

Instabilidade política, gargalos em logística e incertezas sobre a demanda podem inviabilizar os planos

Dominado por Brasil e Austrália, o mercado de minério de ferro deve ganhar mais um produtor de peso na próxima década: o oeste da África.
A região receberá US$ 74 bilhões, em dez anos, para 15 projetos de minério de ferro, segundo estudo do banco de investimento Barclays.
O valor é maior do que o faturamento anual da Vale, de US$ 60 bilhões, em 2011.
A maioria está em fase inicial, mas é comprovada a existência de grandes reservas de minério de boa qualidade, com alto teor de ferro.
O problema é a instabilidade política, que coloca em dúvida o desenvolvimento dos projetos na região.
O histórico não é animador. A Vale, detentora do projeto Simandou, em Guiné, foi surpreendida pela aprovação de um novo código de mineração no país, no ano passado, e reavalia o investimento.
A nova lei exige a participação de 15% do Estado nos projetos em curso e prevê a opção de compra de mais 20%, a preço de mercado.
A empresa pode, portanto, ser obrigada a ceder 35% de seu negócio ao governo local, a exemplo do que ocorreu com a australiana Rio Tinto, também em Guiné.
O ambiente regulatório pode inviabilizar o negócio, o que levou a Vale a negociar com a administração local.
“Não descartamos a possibilidade de a Vale abandonar o projeto”, afirma o Barclays.
Simandou é considerado o último grande depósito de minério de ferro disponível do mundo e, para a Vale continuar entre as líderes no setor, é importante mantê-lo.
Lá, podem ser produzidos 50 milhões de toneladas de minério por ano a partir de 2020, o equivalente a 15% da produção atual da Vale.

Logística

Além do risco institucional, especialistas apontam a infraestrutura e a mão de obra qualificada como desafios no oeste africano.
“É muito difícil atrair profissionais para trabalhar lá”, diz Stephan Collins, da área de Transações da consultoria Ernst & Young Terco.
Na área de logística, o Barclays estima que, para responder ao volume de investimentos, é necessária a construção de 5.000 quilômetros de linhas ferroviárias, além de 11 portos ou expansões dos terminais existentes.
Os investimentos em infraestrutura, somados ao ambiente de instabilidade política, aumentam o risco do empreendimento, o que exige um retorno maior.
“Quando o mundo todo está crescendo e há uma corrida por minério, a África é sempre foco. Mas o apetite ao risco e a velocidade desse investimento vai depender da economia [mundial] e da política interna”, afirma Ronaldo Valiño, líder da área de mineração da PwC.
“Daqui para a frente, para aumentar muito a produção, as empresas vão precisar olhar para novas regiões e decidir se vale a pena tomar esse risco”, diz Collins.

A NOVA FRONTEIRA DA MINERAÇÃO

Mineradoras buscam oeste africano; conheça alguns projetos

País

Empresa/sede

Capacidade estimada de produção*

Guiné

Vale (Brasil)

50

Guiné

Rio Tinto (Inglaterra e Austrália) e Chalco (China)

70

Guiné

Bellzone (Austrália)

49**

Libéria

ArcelorMittal (Luxemburgo)

15

Libéria

Servestal (Rússia)

20

Mauritânia

Sphere Minerals (Rússia)

36**

Mauritânia

ArcelorMittal (Luxemburgo)

25

Senegal

ArcelorMittal (Luxemburgo)

20

Serra Leoa

London Mning (Inglaterra)

30

Serra Leoa

African Minerals (Inglaterra)

20

*em milhões de toneladas de minérios de ferro **em dois projetos


Fonte:
Folha de São Paulo, 08 de maio de 2012.

Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/41565-mineradoras-vao-investir-us-74-bi-na-africa-ocidental.shtml.

África do Sul

É considerada a maior economia do continente africano que emergiu do isolamento após o fim do apartheid, em 1994. No regime de segregação racial, mantido pela elite branca descendente de colonizadores holandeses, a população negra do país não podia votar nem ser votada e não tinha direito à propriedade de terra, vivendo em áreas segregadas. Desde a mudança, o país tem se tornado referência de regime democrático num continente em que proliferaram ditaduras, golpes militares e regimes autoritários. Em 2011, a África do Sul foi incorporada ao grupo das maiores economias emergentes, os BRICS – sigla com as primeiras letras de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul ( o “S” vem de South África, em inglês).
Mesmo enfrentando problemas comuns da maioria dos países africanos, como grande desigualdade social e econômica, os primeiros passos foram dados pelo grande líder e primeiro presidente negro do país Nelson Mandela.
Sugestão de filme: Invictus de Clint Eastwood
O filme procura mostrar a grandeza de um líder que soube estar acima do ódio e do desejo de vingança, evitando que o fim do apartheid fosse seguido de vingança dos negros face aos brancos sul-africanos.
Quando se esperava que Nelson Mandela trocasse todos os ocupantes de cargos chaves dentro do governo, o novo presidente surpreende, optando pela busca da união entre brancos e negros.
Mesmo com todos os problemas sociais, econômicos e políticos para resolver, ele procura também se empenhar numa vitória no campeonato mundial de râguebi, que viesse a ser celebrada por todos sul-africanos.

As Duas Áfricas

O continente africano abriga duas sub-regiões claramente delimitadas: a África Setentrional e a Subsaariana, também conhecidas, respectivamente, como África Branca e África Negra. O limite entre ambas é o deserto do Saara. Os países da África Setentrional têm características semelhantes às das nações do oriente Médio, sendo majoritariamente ocupada por povos árabes.

Já a África Subsaariana, bem mais extensa, reúne a maioria da população, predominantemente negra. Essa região concentra alguns dos principais problemas econômicos e sociais do planeta. Quase 70% dos 34 milhões de portadores do vírus HIV no mundo em 2010 são da África Subsaariana. Ou seja, de cada dez pessoas que têm aids, sete vivem nessa região.

Fonte: GE Geografia Vestibular + ENEM 2013. Pág 121. São Paulo. Editora Abril, 2012.

As duas Áfricas

Fonte Imagem: http://www.brasilescola.com/geografia/as-duas-africas.htm

Curiosidades sobre a Etiópia

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Etiópia e Libéria – Países não colonizados

Por três séculos (XVI – XVIII)  a África forneceu escravos para a América, mas com a Revolução Industrial, a exploração  muda de foco.

A política abolicionista, liderada pela Inglaterra, potência industrial da época, ajudou a mascarar um projeto ainda maior de exploração – o efetivo domínio da África e da Ásia – que passaram a fornecer produtos como a borracha, cobre, manganês, amendoim, cacau, açúcar e outras matérias primas para abastecerem suas indústrias.

Em 1885, acontece a “Conferência de Berlin”  da qual participaram as potências coloniais que, sem respeitar as especialidades culturais, desestruturaram a sociedade africana e passaram a dominação efetiva.

A África ficou com fronteiras geometricamente estabelecidas, através de acordos entre as potências da época, razão de sua artificialidade. (veja mapa abaixo)

Fonte Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Partilha_de_%C3%81frica

Porém, 2 países não participaram deste processo: Abissínia (atual Etiópia) e a Lebéria.

A Etiópia se manteve independente pela importância de seus portos na Antiguidade. E  a partir do século XV por haver estabelecido contatos com os Reinos Europeus, através de alianças contra o avanço Islâmico.

Já a Libéria era um território criado em 1822 pela organização americana “American Colonization Society”, que financiaram a vinda de escravos americanos já libertos, e a partir de 1847  se encontrava politicamente colonizado.

Etiópia

A República Democrática da Etiópia se localiza em uma região denominada de “Chifre da África”, possui uma população de 70 milhões de habitantes, com renda per capita de U$94 e é considerado um dos países mais pobres do planeta.

Imagem

Fonte Imagem:http://missoeseadoracao.net/2010/08/etiopia-dia-22-calendario-de-oracao.html

Seu sistema de governo se baseia em uma repartição de nove regiões administrativas, delimitadas de acordo com grupos étnicos e um parlamento composto por 548 representantes do povo (Conselho de Representantes do Povo), e o Senado com 108 assentos (Conselho Federal) designados pelas regiões administrativas. O Presidente da República é escolhido pelas duas casas e exerce funções mais protocolares.

Em sua capital Adis Abeba, esta a sede da atual “Organização da Unidade Africana” e da “Comissão Econômica para a África” e mais de 70 representações diplomáticas de países de todos os continentes.

Na corrida pela repartição da África pelas potências europeias, a região foi cobiçada pela Itália e saiu vencedora. Porém, entre 1936 e1941 foi ocupada pelo governo italiano. Em 1952 criou uma Federação com a Eritréia, anexando-a em 1962, que depois de um período de guerra por disputa territorial com a Somália e mudança de sistema de governo (deixou de ser império para se tornar ditatorial, inspirado no socialista) passou a enfrentar problemas políticos, econômicos, climáticos (seca rigorosa) e descontentamento da população.

Após confrontos ocorridos por divergências politicas durante a revolução socialista, o regime começa a perder força, vitima também do enfraquecimento da União Soviética nos anos 80. Partidos de oposição, rebeldes e grupos separatistas da Eritréia tomam o poder em 1991. Um acordo de paz, selado em uma Conferência patrocinada pelos Estados Unidos e Reino Unido, culminou com a independência da Eritréia em 1993.

A partir dai vem se tentando instituir uma economia de mercado na Etiópia, porém em 2003 seu índice de crescimento foi negativo, mesmo com ajuda financeira internacional. A agricultura emprega 85% da população com destaque para a cultura do café. Por falta de técnicas eficientes de cultivo a produção de grãos vem caindo, fazendo com que a Etiópia dependa de ajuda humanitária para alimentar a sua população.

O setor industrial representa 12% do PIB e é baseado em empresas estatais que produzem bens de consumo básico. Está em curso um processo de privatização que vem atraindo empresários árabes. O setor de serviços vem crescendo principalmente as atividades ligadas à construção civil e aos transportes.

Sua balança comercial é deficitária, exportando café, sementes oleaginosas, cana de açúcar cevada, sorgo, flores e peles de animais e importando veículos, máquinas, alimentos e animais vivos, principalmente.

Libéria

A República da Libéria  é um pequeno país localizado à África Ocidental,um pouco maior que o Estado de Pernambuco. A capital e principal cidade do país é Monróvia, batizada em homenagem ao presidente norte-americano James Monroe. A língua oficial é o inglês, que convive com outras 16 línguas nacionais faladas pelas diversas etnias que compõem o país. Com uma população de cerca de 3.786.000 indivíduos, a maioria dos liberianos, cerca de 85% seguem a religião católica, com 12% de muçulmanos e o restante de adeptos de religiões tradicionais africanas.

Imagem

Fonte Imagem: http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2010/04/liberia-um-sonho-americano.html

Os exploradores portugueses já mantinham contatos com os povos desta região, além de britânicos e holandeses.

No início dos anos de 1800, a Libéria é fundada por escravos libertos nos Estados Unidos que se  estabeleceu onde hoje é a sua capital Monróvia, se tornando uma República independente em 26 de julho de 1847, segundo o modelo dos Estados Unidos.

Joseph Jenkins Roberts, que nasceu e cresceu nos Estados Unidos, foi o primeiro presidente do país apoiado pelo partido TWP (True Whig Partiy). Esse partido dominou o cenário politico até os anos de 1980, quando por golpe de estado perdeu o poder para os KRAHN, grupo étnico que adquiriu espaço no governo, acabando com a dominação américo -liberiano.

Em 1989, um grupo de rebeldes liderado por Charles Taylor, antigo aliado dos Hrahn, invadiu a Libéria provocando um dos mais sangrentos conflitos com mais de 200 mil mortos de 1989 a 1996. Depois de vários acordos de paz Taylor concordou com a formação de um governo provisório, porém saiu vitorioso em uma nova eleição permanecendo no cargo até 2003, quando por pressão, renunciou. Taylor foi recentemente acusado e condenado em um tribunal em Serra Leoa  por crimes de  guerra.

A ONU assumiu a segurança na Libéria com uma força de mais de 12.000 soldados e 1.148 policiais, e em 2005 Ellen Johnson Sirleaf é eleita democraticamente presidenta do país e em 2011 conquista a reeleição iniciando seu segundo mandato a 16 de janeiro de 2012.

Mapa: África Subsaariana

Nota

África: Vamos conhecer

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Esta rodeada pelo Mar Mediterrâneo e o Canal do Suez ao norte e pelo Mar Vermelho no nordeste.
Pelo Oceano Índico ao leste e pelo Oceano Atlântico em toda a sua costa oeste.
A África é constituída por 53 países que, por motivos históricos, geográficos e económicos têm grandes diferenças e disparidades entre si, mas fazem do continente um lugar extremamente rico, misterioso e diversificado.
A linha do Equador divide a África em duas partes: o norte, extenso e o sul, mais estreito onde as águas do oceano Índico encontra-se com o Atlantico.
Quase três quartos da Africa está situada na zona intertropical apresentando por isso, altas temperaturas com pequenas variações anuais.
No entanto, pode-se encontrar clima subártcio nos pontos mais elevados, seco no norte e mediterrânico no extremo norte com temperaturas que tanto podem variar entre as mais elevadas do planeta até mesmo a graus negativos.
Estas variações de temperatura provocam desde longas secas, a grandes precipitações conhecidas como monções.

África, a Diversidade num Continente

O continente africano é amplamente conhecido pelas suas belezas naturais, principalmente quando se refere à grandiosa vida selvagem. Porém, o que encontramos de imenso neste continente é uma enorme diversidade física e sócio-econômica, pois existe neste espaço desde extensos vales férteis, aonde a vida parece não ter fim, até desertos gigantes, como é o caso do Saara, o maior do mundo. O contraste da pobreza e riqueza também é muito visível por toda sua extensão continental, sendo caracterizado principalmente pelas péssimas condições de vida em muitos países. O termo “berço da humanidade” é dado em razão da África abrigar uma das civilizações mais antigas e intrigantes do globo, os egípcios, que formaram um poderoso “império” a 4 mil anos atrás. Portanto, toda essa riqueza cultural e natural existente no continente, torna a África um espaço muito particular.

Em consequência a esta diversidade, não é tarefa fácil dividir a África por regiões devido a sua heterogenidade ao longo do continente. Porém, pode-se definir duas formas básicas de classificação regional: as questões físicas (localização geográfica) e questões humanas (cultura/ocupação)

África: cinco regiões num continente

Ao visualizar um mapa da África, pode-se ver que dividir o mesmo por regiões a partir da sua localização espacial nos sentidos Norte, Sul, Leste e Oeste é bem possível. Dessa forma, classifica-se o continente em cinco regiões distintas quanto a sua posição geográfica: Norte da África, Oeste da África, África Central, Leste da África e Sul da África.

Norte da África: como o próprio nome já diz, é a área situada ao norte do continente e que vem a ser banhado pelo Mar Mediterrâneo, em sua maioria, fazendo parte desta região cinco países. Também não se pode esquecer que ao sul desta região se encontra o deserto do Saara.

Oeste da África: é uma região muito confusa do ponto de vista político. São quinze nações que dividem um espaço caracterizado por áreas desérticas (Saara, ao norte) e florestas tropicais. Em sua economia local, a exploração de petróleo destaca-se com uma atividade bem atraente para os países.

África Central: caracterizada pelos inúmeros conflitos da década de 90 que marcaram profundamente a região, a África Central ficou conhecida no mundo pelos conflitos no Zaire que o transformaram em República Democrática do Congo. Oito países fazem parte desta região, destacada por grandes florestas tropicais em razão de estar na latitude 0 do globo.

Leste da África: também conhecida como “Chifre da África”, por sua forma física do extremo leste africano, é uma área bem diversificada por ter países bem estruturados e urbanizados, como é o caso do Quênia, e em contraponto a isto, existe à Somália e Etiópia, nações mergulhadas em problemas gerados pelas suas guerras civis. Nesta região encontram-se dez países bem distintos, tantos nos aspectos físicos como humanos. É na divisa entre Uganda, Tanzânia e Quênia que existe o lago Vitória, que é considerado a nascente do rio Nilo.

Sul da África: o extremo sul africano é representado pelas diferenças existente ente os onze países no campo sócio-econômico, principalmente, pois o contraste entre a África do Sul, nação bem desenvolvida, se comparada aos outros países africanos, em relação aos demais é visivelmente percebido. Este país exerce um poder centralizador nesta região, onde a economia é seu ponto forte. Observa-se também uma diversidade natural neste espaço, em razão de possuir grandes vales férteis e vastos desertos como o Kalahari, sendo no delta do Okavango (Botsuana) acontece uma das maiores e mais impressionantes migrações do mundo, a dos gnus.


Aspectos Sócio-econômicos

Agora, analisar a África destacando suas características culturais, promove uma divisão bem diferente da anterior. Ao observar o continente africano pela sua ocupação ao longo dos anos, classifica-se a África em duas regiões: África “branca” (cultura árabe) e África “negra” (culturas locais).

Isto é possível em virtude da influência que a região norte da África (árabe) sofreu da ocupação dos povos do Oriente Médio (Ásia) durante os tempos, tendo como resultado um espaço totalmente adverso da África “negra”, sendo esta última caracterizada pelas culturas regionais provindas de milenares tribos africanas. Também é possível destacar a própria cor da pele dos africanos nessas duas regiões: os descendentes de árabes possuem uma tez clara, em grande parte, enquanto que os africanos relacionados com as culturas tribais já têm uma cor mais negra.

Sendo assim, a África vem a ser o resultado de anos de ocupação e influência das mais diversas culturas do mundo que remodelaram e transformaram seu continente num espaço diversificado e muitas vezes carente de recursos econômicos, por outro lado, suas belezas naturais são únicas e, por enquanto, estão permanentes em todo seu território